A palestra “Fios Da Memória e Letramento Racial”, promovida no dia 21 de novembro pela Escola de Gestão do Paraná (EGP) em parceria com a Secretaria Estadual da Mulher, da Igualdade Racial e da Pessoa Idosa (SEMIPI), foi uma oportunidade para homenagear Zumbi dos Palmares e seu legado na luta pela liberdade. Celebrada em alusão ao Dia da Consciência Negra, a iniciativa teve como objetivo sensibilizar os participantes sobre a importância de combater o racismo e promover a igualdade de direitos.

A secretária da SEMIPI, Leandre Dal Ponte, destacou a importância da formação contínua na transformação social: “A educação é uma ferramenta poderosa para mudarmos práticas e construirmos uma sociedade mais inclusiva e igualitária”.

A diretora da Escola de Gestão do Paraná, Aline Albano Justus, também reforçou o compromisso com a educação: "Nosso propósito é disseminar conhecimento e criar oportunidades para superar injustiças históricas, fortalecendo a luta contra o racismo e as desigualdades sociais”, afirmou.

Durante o webinário, Edimara Gonçalves Soares, doutora em Educação e a primeira quilombola doutora do Brasil, explicou que, no século XVIII, a noção de "raça" foi usada para classificar grupos com base em traços fenotípicos considerados inferiores, servindo como justificativa para a colonização e a escravidão. No entanto, no século XX, estudos em genética humana comprovaram que não existem "raças humanas", mas apenas a raça humana, desconstruindo a crença de que características físicas determinam intelecto ou moral.

Diante dessa evolução no entendimento sobre raça, torna-se indispensável promover uma educação que desnaturalize práticas racistas. O letramento racial é uma ferramenta essencial nesse processo, pois desenvolve habilidades que permitem identificar, questionar e desconstruir práticas racistas. Ele envolve reconhecer o racismo, compreender sua estrutura na sociedade e construir um vocabulário crítico para discutir questões relacionadas a raça e racismo.

A professora Clemilda Santiago Neto ressaltou a dimensão coletiva dessa luta: “Temos que pensar numa perspectiva para enfrentar o racismo estrutural. É um compromisso de toda a sociedade, e a educação é uma ferramenta muito importante para essa desconstrução”.

Com foco na sensibilização e conscientização crítica, a ação reafirma o compromisso da EGP em promover a educação para a igualdade, incentivando todos a combaterem ativamente as discriminações raciais e a promoverem um futuro mais justo e igualitário.

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