Aniversário de Curitiba 31/03/2025 - 10:33
No dia 29 de março de 2025, celebramos o aniversário de 332 anos de Curitiba, capital do nosso Estado e cidade onde o Arquivo Público está localizado. Em comemoração preparamos uma matéria especial sobre um ponto central da cidade e importante na oficialização da vila de Curitiba em 1693: a Praça Tiradentes e a Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
Praça Tiradentes desde a Proclamação da República (1889), já foi conhecida como Largo da Matriz ou Pátio da Matriz. Após a visita da comitiva imperial em 1880, passou a ser denominada Largo Dom Pedro II. Núcleo central da cidade, era o local onde se concentravam os poderes temporal e religioso, e também onde era feito o pequeno comércio da época. Se ao longo dos três últimos séculos suas dimensões pouco mudaram, o mesmo não se pode dizer de seu calçamento, desenho e entorno. Ao longo dos anos, o gado que lá pastava deu lugar a passeios linearmente traçados, árvores formaram alamedas, instalações urbanas apareceram e desapareceram e monumentos que homenageiam figuras históricas nacionais lá encontraram seu lugar, transformando-a num lugar de memória e história. No seu espaço, o pelourinho e o marco zero da cidade comprovam sua importância histórica. Seu perímetro e formato determinaram todas as direções do crescimento do núcleo urbano fundado em 1693. Ao longo do século XX, as carroças e carrocinhas deram lugar aos automóveis, os bondes foram substituídos pelos ônibus e o tráfego de veículos tornou-se cada vez mais intenso. Seu jeito bucólico, quase interiorano, aos poucos deu lugar à movimentação frenética de hoje. Passados 332 anos, a Praça Tiradentes chegou aos dias atuais como espaço de celebração e preserva apenas a função simbólica de ponto mais central de Curitiba.
Da modesta capela erguida nos primeiros anos da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais (antigo nome de Curitiba) à debilitada Igreja Matriz do século XVIII e, posteriormente, à catedral neogótica inaugurada em 1893, a Praça Tiradentes sempre abrigou o principal símbolo do poder espiritual da capital paranaense. Foi nela que, em 1693, o povoado se tornou Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, com a primeira eleição da Câmara de Vereadores. Hoje, as torres altas e pontiagudas da Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz de Curitiba dominam a paisagem. Internamente, seus arcos ogivais, vitrais coloridos, pinturas no teto, imagens sacras e colunas imponentes compõem um ambiente de profunda espiritualidade e contemplação, enriquecido pelo harmonioso som de seu órgão de tubos. Durante o século XIX, o estado da Igreja Matriz de tempos em tempos exigia atenção e reparos, parecendo sempre ser uma construção inacabada, tantas foram as vezes em que foi consertada, reformada e novamente danificada. Em 1875, após acaloradas discussões e debates, optou-se pela demolição e reconstrução do edifício. Com verbas públicas, doações de particulares e recursos das loterias a nova igreja foi construída, sendo inaugurada em 1893. A construção foi palco de divergências sociais, políticas e culturais, uma vez que cada grupo envolvido buscava atender a sua ideologia. Um grupo ligado à sociedade tradicional se identificava com o estilo barroco, e outro grupo, mais aberto às novas ideias, com o gótico. Trabalhadores imigrantes, escravizados, técnicos e autoridades deram à cidade um templo de grandes proporções como desejavam seus habitantes havia várias décadas.
Os documentos do Arquivo Público desempenham um papel crucial na preservação da memória e na compreensão da história de Curitiba, especialmente ao documentar a evolução de locais emblemáticos como a Praça Tiradentes e a Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Esses registros oferecem uma visão detalhada das transformações sociais, políticas e culturais que moldaram a cidade ao longo de mais de três séculos. A partir dos documentos é possível reconstruir a trajetória de Curitiba, desde sua fundação até o desenvolvimento urbano e as disputas ideológicas que marcaram a construção de seus principais marcos. O Arquivo Público, ao disponibilizar esses materiais, não apenas resgata eventos passados, mas também contribui para o entendimento das dinâmicas que continuam a influenciar a cidade, preservando um legado histórico valioso para as futuras gerações.