Dia do Enfermo - Práticas de Saúde e Higiene no Paraná Colonial 14/01/2025 - 08:10

No dia 14 de janeiro, é comemorado o Dia Nacional do Enfermo. A data, criada em 2002 pelo Ministério da Saúde, visa enfatizar a importância do tratamento humanizado às pessoas doentes. Ao analisarmos documentos preservados no DEAP, podemos entender como o tratamento dos enfermos era feito em nosso Estado antigamente e como ele evoluiu para chegarmos nas práticas atuais.

O livro História da Medicina no Paraná, presente na biblioteca do Arquivo Público, retrata acontecimentos relevantes na saúde do Estado no período colonial, abordando os anos de 1654 a 1822. Esse material é importantíssimo para a compreensão das doenças e procedimentos da época. 

 

Medicina Tradicional Indígena

 

A medicina tradicional indígena pode ser considerada o primeiro relato medicinal brasileiro. Nessa prática era comum a mistura de crenças espirituais e conhecimento empírico. Quando os Caingangues adoeciam, por exemplo, era realizado em ritual rudimentar: brasas e ervas eram colocadas embaixo de seu leito e fazia-se sopros em diferentes partes do corpo, com objetivo de expulsar os “espíritos malignos” que causariam a doença.

Cada povo possuía suas próprias tradições de cura. Os Tupis-Guaranis faziam uso de fumigações, fricções com ervas e sopros e curativos feitos pelo pajé. O que unia todas as formas de medicina indígena era sua base no empirismo e na fé.

 

Práticas Médicas no Século XVIII

 

Também é possível encontrar no livro informações sobre a medicina no século XVIII, quando a relação entre religião e medicina era ainda mais forte. No ano de 1768, uma pastoral em Antonina fez um documento para regularizar o exercício da medicina. Nele é reforçada a ideia da ligação entre doenças de corpo e alma, induzindo os enfermos a buscar a confissão como parte do tratamento.

Além disso os médicos e cirurgiões deveriam normas de conduta ligadas a fé, destacando-se o papel espiritual no cuidado dos doentes.

 

Entender o passado para melhorar o futuro

 

Olhando para o passado, por meio dos documentos e livros do Arquivo Público do Paraná, é possível entendermos como o tratamento de enfermos melhorou ao longo dos anos, acompanhado de um entrelaçamento de saberes populares, crenças, novas tecnologias e conhecimentos científicos. No Dia Nacional do Enfermo, ao refletirmos sobre a evolução nas relações interpessoais entre médico e enfermo, reconhecemos o quão essencial é oferecer cuidados que envolvam tanto a ciência quanto o respeito as diferentes crenças.