MBÁ DE FERRANTE
Neste ano de 2025, o Arquivo Público do Paraná completa 170 anos de sua criação. Não há como tratar de sua história sem mencionar duas figuras: Zacarias de Góes e Vasconcellos, primeiro Presidente da então Província do Paraná, e Mbá de Ferrante, que por 32 anos dirigiu a instituição.
Filho de Hermínia e Salvador de Ferrante, um dos pioneiros do teatro paranaense, Mbá nasceu em Curitiba, em 10 de fevereiro de 1920. Aos 18 anos, após passar em concurso público, iniciou sua jornada no então Arquivo do Paraná, em 12 de dezembro de 1938. Após 17 anos de dedicado serviço, foi nomeado ao cargo de diretor, em 1955.
Sob sua gestão, o Arquivo Público passou por diversas mudanças: Ferrante trouxe modernas técnicas arquivísticas, como a catalogação de documentos referentes à imigração italiana, o aperfeiçoamento do quadro funcional com servidores especializados e o reequipamento técnico, trazendo para o Arquivo o então inovador processo de microfilmagem – em 1980, 5 milhões de registros já haviam sido microfilmados; em 1986, 180 milhões.
Por sua eficiente atuação, foi reconduzido e mantido na direção por sucessivos governos, de diferentes partidos políticos – algo inédito, tratando-se de um cargo em comissão. Em reconhecimento por sua administração, em 1977, recebeu no auditório do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, o título de sócio honorário pela Associação de Arquivistas Brasileiros, como também da Associação Paranaense de História, em 1981.
Advogado de formação, graduado pela Faculdade de Direito de Curitiba em 1956, exerceu também a função de jornalista no jornal Gazeta do Povo, fundou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais e foi membro destacado da Associação de Servidores Públicos do Paraná. Em 1983, já afamado, recebeu voto de louvor da Câmara Municipal de Curitiba, com apoio de toda bancada.
Após quase 50 anos como servidor público, sendo mais de 30 na direção do Arquivo Público, Mbá de Ferrante veio a falecer em 14 de novembro de 1987, com 67 anos de idade. No dia 6 de abril de 1988 recebeu uma homenagem com a inauguração de uma placa comemorativa. Posteriormente, já no século XXI, foi batizada com seu nome uma biblioteca de apoio no departamento ao qual dedicou grande parte de sua vida, onde também se encontra uma pintura doada por sua família.
REFERÊNCIA
BOJANOSKI, Silvana de Fátima. Memória, história e documentos sacralizados: Um estudo de caso do Arquivo Público do Paraná (1976-1989) – Dissertação de Mestrado em História, Universidade Estadual de Maringá, 2007.
BOLETIM DO ARQUIVO DO PARANÁ – BAP, Ano XII, Nº 20, 1987.
PB005.CX01.P13.012
PB005.CX01.P14.001
PB005.CX01.P15.026
PB005.CX01.P15.027
PB005.CX01.P17.005
PB005.CX01.P17.009
PB005.CX01.P17.010
PB005.CX01.P17.015
PB005.CX01.P18.023
PB005.CX01.P18.036
PB005.CX01.P19.021
PB005.CX01.P19.022
PB005.CX01.P21.001
PB005.CX01.P21.002
PB005.CX01.P25.002
PB005.CX01.P26.003