Microrregião de Cerro Azul - Doutor Ulysses - CRQ Varzeão
CRQ COMUNIDADE REMANESCENTE QUILOMBOLA DO VARZEÃO
O território era inicialmente conhecido como Varzeão, mais tarde passou a ser chamado de Vila Branca e finalmente, se tornou o município de Dr. Ulysses. A comunidade está localizada a 70 quilômetros da sede do município, e permaneceu com o nome de Varzeão. Nela vivem os descendentes de Feliciano Pereira Guimarães e Carolina Maria de Souza. (este Feliciano Guimarães de Castro como nominado por membros da comunidade é citado como Feliciano Pereira Guimarães na Certidão de Inteiro Teor do Serviço Registral da Comarca de Cerro Azul, Paraná, lavrada em 1958).
“Seu” Donato Batista Monteiro, atualmente com 68 anos, conta que a comunidade surgiu há cerca de 200 anos quando Feliciano Pereira Guimarães, negro escravizado pelo tropeiro João Alves de Souza, o qual havia recebido estas terras por serviços prestados Império em 1870, casou-se com a filha de seu senhor, Carolina Maria de Souza. Esta, como filha única de João Alves, herdou todas as terras do pai.
As famílias da comunidade descendem dessa união. Até a década de 80, segundo Juventino Rodrigues de Castro, atual presidente da Associação Quilombola, os moradores do Quilombo do Varzeão tinham monjolo e casa de farinha: “A farinha que produziam durante o dia era destinada ao sustento da comunidade e durante a noite, sua avó Helena, esposa do “velho Raimundo”, trabalhava fazendo mais farinha e o dinheiro da venda dessa farinha era usado nas viagens do “velho Raimundo” na tentativa de regularizar as terras da comunidade.
Sobre esta questão “Seu” Donato relata um fato bastante marcante na comunidade que foi a invasão e queima das casas, fato ocorrido quando por volta de 1959, quando jagunços que se apresentaram como fiscais da Fazenda e da firma Moyses Lupion (fazenda Murungava ?), com carros de polícia e oficial de justiça, além dos jagunços, chegaram e foram entrando nas casas, amarrando as pessoas, espancando e prendendo. Passada a época da política, algumas pessoas conseguiram, por intermédio de um advogado, permanecer na propriedade. Paulatinamente aqueles que foram obrigados a fugir têm voltado à Comunidade.
O território era inicialmente conhecido como Varzeão, mais tarde passou a ser chamado de Vila Branca e finalmente, se tornou o município de Dr. Ulysses. A comunidade está localizada a 70 quilômetros da sede do município, e permaneceu com o nome de Varzeão. Nela vivem os descendentes de Feliciano Pereira Guimarães e Carolina Maria de Souza. (este Feliciano Guimarães de Castro como nominado por membros da comunidade é citado como Feliciano Pereira Guimarães na Certidão de Inteiro Teor do Serviço Registral da Comarca de Cerro Azul, Paraná, lavrada em 1958).
“Seu” Donato Batista Monteiro, atualmente com 68 anos, conta que a comunidade surgiu há cerca de 200 anos quando Feliciano Pereira Guimarães, negro escravizado pelo tropeiro João Alves de Souza, o qual havia recebido estas terras por serviços prestados Império em 1870, casou-se com a filha de seu senhor, Carolina Maria de Souza. Esta, como filha única de João Alves, herdou todas as terras do pai.
As famílias da comunidade descendem dessa união. Até a década de 80, segundo Juventino Rodrigues de Castro, atual presidente da Associação Quilombola, os moradores do Quilombo do Varzeão tinham monjolo e casa de farinha: “A farinha que produziam durante o dia era destinada ao sustento da comunidade e durante a noite, sua avó Helena, esposa do “velho Raimundo”, trabalhava fazendo mais farinha e o dinheiro da venda dessa farinha era usado nas viagens do “velho Raimundo” na tentativa de regularizar as terras da comunidade.
Sobre esta questão “Seu” Donato relata um fato bastante marcante na comunidade que foi a invasão e queima das casas, fato ocorrido quando por volta de 1959, quando jagunços que se apresentaram como fiscais da Fazenda e da firma Moyses Lupion (fazenda Murungava ?), com carros de polícia e oficial de justiça, além dos jagunços, chegaram e foram entrando nas casas, amarrando as pessoas, espancando e prendendo. Passada a época da política, algumas pessoas conseguiram, por intermédio de um advogado, permanecer na propriedade. Paulatinamente aqueles que foram obrigados a fugir têm voltado à Comunidade.
Outro morador da comunidade, Luiz Rodrigues de Castro, - o “Seu Luizinho” - com 93 anos, sogro de “seu” Donato, ao confirmar o evento acrescenta que hoje reclama do plantio de pinus em terra que lhes foi tomada e – pior – cercando o cemitério onde seus ancestrais, negros, estão sepultados. Para ele, isso é um desrespeito à história e à condição humana. A comunidade sobrevive da criação de animais e do cultivo de feijão, milho, mandioca, arroz e abóbora para consumo familiar. A pesca que é pouca é individual em rio, com anzol. Segundo relatam não se fazem mais as festas para o Divino nem as festas de São Gonçalo pois a comunidade é, atualmente, evangélica.