Resumo da transcrição do INVENTÁRIO DE BALTAZAR CARRASCO DOS REIS
Possivelmente o registro mais antigo do Arquivo Público do Paraná, “Peças do inventário do capitão povoador Baltazar Carrasco dos Reis” é datado do final do século XVII. Produzida nos tempos dos bandeirantes, durante o Brasil colônia, o processo integrava o acervo do antigo Juízo de Órfãos da Vila de Nossa Senhora da Luz e do Bom Jesus dos Pinhais de Curitiba, até 1986 sob custódia da 10ª Vara Cível de Curitiba, desde então sob guarda do Arquivo Público, compondo o fundo documental PB045 – Poder Judiciário.
O capitão Baltazar Carrasco dos Reis, povoador dos campos de Curitiba e ancestral de várias famílias da cidade, algumas sem o saber, nasceu em torno de 1617 na capitânia de São Paulo. Em 1645, residia em Parnaíba, onde escravizava indígenas do sertão paulista. Em 1648, conheceu os campos de Curitiba ao fazer parte da bandeira de Antônio Domingues rumo ao Uruguai. Em 1661, obteve uma sesmaria no Barigui, onde formou um sítio com roça, criação de gado e ovelhas. Tinha como vizinho outro povoador, Mateus Martins Leme.
Seu testamento foi registrado em 22 de julho de 1697, poucos meses antes de sua morte. O processo de inventário teve início em 21 de outubro do mesmo ano e teve como testamenteiro Gaspar Carrasco dos Reis, filho de Baltazar, Miguel (...) e Francisco de Mello Coitinho como avaliadores de bens, Garcia Rodriguez Velho como juiz e Joseph de Souto como tabelião. Os herdeiros nomeados foram seus filhos Belchior Carrasco dos Reis, Gaspar Carrasco dos Reis e André Carrasco dos Reis, seus genros Manoel Soares (por sua esposa), Guilherme Dias Cortes (por sua esposa), Antonio Roiz (por sua esposa) e Joseph Teixeira (por seus filhos). Os bens inventariados compunham-se de indígenas escravizados, animais de rebanho, ferramentas agrícolas e uma habitação, totalizando 120.460 réis. Desconta-se deste o valor de 22.810 réis referentes às dívidas do falecido, restando para divisão entre os herdeiros 106.650 réis.
Devido à antiguidade do documento, à sua própria natureza manuscrita com caligrafia à tinta em português arcaico e à fragilidade resultante de sua longa trajetória até a estante do Arquivo Público, ele ainda não foi integralmente transcrito, havendo muitas lacunas em sua compreensão.
Referências
As três índias dos Fragosos, em <https://saobentonopassado.wordpress.com/tag/balthazar-carrasco-dos-reis/>.
Carrasco, em <http://www.projetocompartilhar.org/Familia/Carrasco.htm>. Acesso em: 2 abril 2025.
Lembrando Balthazar, em <https://www.tribunapr.com.br/mais-pop/lembrando-balthazar/>. Acesso em: 2 abril 2025.
O Paraná em relíquia de papel, em <https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/o-parana-em-reliquias-de-papel-eicmb3yyhl8ttujo3czuccmz2/>. Acesso em: 2 abril 2025.